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Archive for the ‘Eleições 2010’ Category

 

 

Leonardo Boff
Teólogo
Há duas formas principais de estarmos presentes no mundo: pelo trabalho e pelo cuidado. Como somos seres sem nenhum órgão especializado, à diferença dos animais, temos que trabalhar para sobreviver. Vale dizer, precisamos tirar da natureza tudo o que precisamos. Nessa diligência usamos a razão prática, a criatividade e a tecnologia. Aqui precisamos ser objetivos e efetivos, caso contrário sucumbimos às necessidades. Na história humana, pelo menos no Ocidente, instaurou-se a ditadura do trabalho. Este mais do que obra foi transformado  num meio de produção, vendido na forma de salário, implicando concorrência e devastação atroz da natureza e perversa injustiça social. Representantes principais, mas não exclusivos, do modo de ser do trabalho são os homens.
A segunda forma é o cuidado. Ele tem como centralidade a vida e as relações interpessoais e sociais. Todos somos filhos e filhas do cuidado, porque se nossas mães não tivessem tido infinito cuidado quando nascemos, algumas horas depois teríamos morrido e não estaríamos aqui para escrever sobre estas coisas. O cuidado tem a ver mais com sujeitos que interagem entre si do que com objetos a serem  gestionados. O cuidado é um gesto amoroso para com a realidade.
O cuidado não se opõe ao trabalho. Dá-lhe uma característica própria que é ser feito de tal forma que respeita as coisas e permite que se refaçam. Cuidar significa estar junto das coisas protegendo-as e não sobre elas, dominando-as. Elas nunca são meros meios. Representam valores e símbolos que nos evocam sentimentos de beleza, complexidade e força. Obviamente ocorrem resistências e perplexidades. Mas elas são superadas pela paciência perseverante. A mulher no lugar da agressividade, tende a colocar  a convivência amorosa. Em vez da dominação, a companhia afetuosa. A cooperação substitui a concorrência. Portadoras privilegiadas, mas não exclusivas, do cuidado são as mulheres.
Desde a  mais remota antiguidade, assistimos a um drama de consequêncas funestas: a ruptura entre o trabalho e o cuidado. Desde o neolítico se impôs o trabalho como busca frenética de eficácia e de riqueza. Esse modo de ser submete a mulher, mata o cuidado, liquida a ternura e tensiona as relações humanas. É o império do androcentrismo, do predomínio do homem sobre a natureza e a mulher. Chegamos agora a um impasse fundamental: ou impomos limites à voracidade produtivista  e resgatamos o cuidado ou a Terra não aguentará mais.
Sentimos a urgência de feminilizar as relações, quer dizer, reintruzir em todos os âmbitos o cuidado especialmente com referência às pessoas mais massacradas (dois terços da humanidade), à natureza devastada e ao mundo da política. A porta de entrada ao universo do cuidado é a razão cordial e sensível que nos permite sentir as feridas da natureza e das pessoas, deixar-se envolver e se mobilizar para a humanização das relações entre  todos, sem descurar da colaboração fundamental da razão intrumental-analítica que nos permite sermos eficazes.
É aqui que vejo a importância de podermos ter providencialmente à frente do governo do Brasil uma mulher como Dilma Rousseff. Ela poderá unir as duas dimensões do trabalho que busca racionalidade e eficácia (a dimensão masculina) e do cuidado que acolhe o mais pobre e sofrido e projeta políticas de inclusão e de recuperação da dignidade (dimensão feminina). Ela possui o caráter de uma grande e eficiente gestora (seu lado de trabalho/masculino) e ao mesmo tempo a capacidade de levar avante com enternecimento e compaixão o projeto de Lula de cuidar dos pobres e dos oprimidos(seu lado de cuidado/feminino). Ela pode realizar o ideal de Gandhi: “política é um gesto amoroso para com o povo”.
Neste momento dramático da história do Brasil e do mundo é importante  que uma mulher exerça o poder como cuidado e serviço. Ela, Dilma, imbuida desta consciência, poderá impor limites ao trabalho devastador e poderá fazer com que o desenvolvimento ansiado se faça com a natureza e não contra ela, com sentido de justiça social, de solidariedade a partir de baixo e de uma fraternidade aberta que inclui todos os povos e a inteira a comunidade de vida.

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“Feliz a Nação cujo Deus é o Senhor!” Sl 33, 12

Ela é feliz porque não persegue, porque não discrimina, porque não exclui, porque perdoa, porque acolhe, porque integra, porque interage, porque convive, porque se compromete, porque age, porque se envolve, porque não se omite, porque não calunia, porque tem compromisso com a verdade, porque não adora a morte, porque tem compromisso com a vida e vida em abundância. A vida de um e a vida de todos!

A seguir, a íntegra do documento publicado no Blog Fala Povo e assinado por centenas de representantes religiosos. Confira:

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da Vida em Abundância!

“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!”

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.

A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras. Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:

Dom Thomas Balduino, bispo emérito de Goiás velho, e presidente honorário da CPT nacional.
Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Feliz do Araguaia-MT.
Dom Demetrio Valentini, bispo de Jales-SP e presidente da Cáritas nacional.
Dom Luiz Eccel – Bispo de Caçador-SC
Dom Antonio Possamai, bispo emérito da Rondônia.
Dom Sebastião Lima Duarte, bispo de Viana- Maranhão.
Dom Xavier Gilles, bispo emérito de Vina- Maranhão.
Padre Paulo Gabriel, agente de pastoral da Prelazia de São Feliz do Araguaia /MT
Jether Ramalho, Rio de Janeiro.
Marcelo Barros, monge beneditino, teólogo
Professor Candido Mendes, cientista político e reitor
Luiz Alberto Gómez de Souza, cientista político, professor
Zé Vicente, cantador popular. Ceará
Chico césar. Cantador popular. Paraíba/são paulo
Revdo Roberto Zwetch, igreja IELCB e professor de teologia em São Leopoldo.
Pastora Nancy Cardoso, metodista, Vassouras / RJ
Antonio Marcos Santos, Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Juazeiro – Bahia
Maria Victoria Benevides, professora, da USP
Monge Joshin, Comunidade Zen Budista do Brasil, São Paulo
Antonio Cecchin, irmão marista, Porto Alegre.
Ivone Gebara, religiosa católica, teóloga e assessora de movimentos populares.
Fr. Luiz Carlos Susin – Secretário Geral do Fórum Mundial de Teologia e Libertação
Frei Betto, escritor, dominicano.
Luiza E. Tomita – Sec. Executiva EATWOT(Ecumenical Association of Third World Theologians)
Ir. Irio Luiz Conti, MSF. Presidente da Fian Internacional
Pe. João Pedro Baresi, pres. da Comissão Justiça e Paz da CRB (Conferência dos religiosos do Brasil) SP
Frei José Fernandes Alves, OP. – Coord. da Comissão Dominicana de Justiça e Paz
Pe. Oscar Beozzo, diocese de Lins.
Pe. Inácio Neutzling – jesuíta, diretor do Instituto Humanitas Unisinos
Pe. Ivo Pedro Oro, diocese de Chapecó / SC
Pe. Igor Damo, diocese de Chapecó-SC.
Irmã Pompeia Bernasconi, cônegas de Santo Agostinho
Cibele Maria Lima Rodrigues, Pesquisadora.
Pe. John Caruana, Rondônia.
Pe. Julio Gotardo, São Paulo.
Toninho Kalunga, São Paulo,
Washingtonn Luiz Viana da Cruz, Campo Largo, PR e membro do EPJ (Evangélicos Pela Justiça)
Ricardo Matense, Igreja Assembléia de Deus, Mata de São João/Bahia
Silvania Costa
Mercedez Lopes, -André Marmilicz – Raimundo Cesar Barreto Jr, Pastor Batista, Doutor em ética social – Pe. Arnildo Fritzen, Carazinho. RS. Darciolei Volpato, RS
Frei Ildo Perondi – Londrina PR
Ir. Inês Weber, irmãs de Notre Dame. continua
Pe. Domingos Luiz Costa Curta, Coord. Dioc de Pastoral da Diocese de Chapecó/SC.
Pe. Luis Sartorel,
Itacir Gasparin
Célio Piovesan, Canoas.RS
Toninho Evangelista – Hortolândia/SP
Geter Borges de Sousa, Evangélicos Pela Justiça (EPJ), Brasília.
Caio César Sousa Marçal – Missionário da Igreja de Cristo – Frecheirinha/CE
Rodinei Balbinot, Rede Santa Paulina
Pe. Cleto João Stulp, diocese de Chapecó.
Odja Barros Santos – Pastora batista
Ricardo Aléssio, cristão de tradição presbiteriana, professor universitário.
Maria Luíza Aléssio, professora universitária, ex-secretária de educação do Recife
Rosa Maria Gomes
Roberto Cartaxo Machado Rios
Rute Maria Monteiro Machado Rios
Antonio Souto, Caucaia, CE
Olidio Mangolim – PR
Joselita Alves Sampaio – PR
Kleber Jorge e silva, teologia – Passo Fundo – RS
Terezinha Albuquerque
PR. Marco Aurélio Alves Vicente – EPJ – Evangélicos pela Justiça, pastor-auxiliar da Igreja Catedral da Família/Goiânia-GO
Padre Ferraro, Campinas.
Ir, Carmem Vedovatto
Ir. Letícia Pontini, discípulas, Manaus.
Padre Manoel, PR
Magali Nascimento Cunha, metodista
Stela Maris da Silva
Ir. Neusa Luiz, abelardo luz- SC
Lucia Ribeiro, socióloga
Marcelo Timotheo da Costa, historiador
Maria Helena Silva Timotheo da Costa
Ianete Sampaio
Ney Paiva Chavez, professora educação visual, Rio de janeiro
Antonio Carlos Fester
Ana Lucia Alves, Brasília
Ivo Forotti, Cebs – Canoas – RS
Agnaldo da Silva Vieira – Pastor Batista. Igreja Batista da Esperança – Rio de Janeiro
Irmã Claudia Paixão, Rio de Janeiro
Marlene Ossami de Moura, antropóloga / Goiânia.
Ir. Maria Celina Correia Leite, Recife
Pedro Henriques de Moraes Melo – UFC/ACEG
Fernanda Seibel, Caxias do Sul.
Benedito Cunha, pesquisador popular, membro do Centro Mandacaru – Fortaleza
Pe. Lino Allegri – Pastoral do Povo da Rua de Fortaleza, CE.
Juciano de Sousa Lacerda, Prof. Doutor de Comunicação Social da UFRN
Pasqualino Toscan – Guaraciaba SC
Francisco das Chagas de Morais, Natal – RN.
Elida Araújo
Maria do Socorro Furtado Veloso – Natal, RN
Maria Letícia Ligneul Cotrim, educadora
Maria das Graças Pinto Coelho/ professora universitária/UFRN
Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
Xavier Uytdenbroek, prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
Targelia de Souza Albuquerque
Maria Lúcia F de Barbosa, Professora UFPE
Débora Costa-Maciel, Profª. UPE
Maria Theresia Seewer
107. Ida Vicenzia Dias Maciel
108. Marcelo Tibaes
109. Sergio Bernardoni, diretor da CARAVIDEO- Goiânia – Goiás
110. Claudio de Oliveira Ribeiro. Sou pastor da Igreja Metodista em Santo André, SP.
104 . Pe. Paulo Sérgio Vaillant – Presbítero da Arquidiocese de Vitória – ES
106. Roberto Fernandes de Souza. RG 08539697-6 IFP RJ – Secretario do CEBI RJ
107. Sílvia Pompéia.
108. Pe. Maro Passerini – coordenador Past. Carcerária – CE
109. Dora Seibel – Pedagoga, caxias do sul.
110. Mosara Barbosa de Melo
111. Maria de Fátima Pimentel Lins
112. Prof. Renato Thiel, UCB-DF
114 . Alexandre Brasil Fonseca , Sociólogo, prof. da UFRJ, Ig. Presbiteriana e coordenador da Rede FALE)
115 Daniela Sanches Frozi, (Nutricionista, profa. da UERJ, Ig. Presbiteriana, conselheira do CONSEA Nacional e vice-presidente da ABUB)
116. Marcelo Ayres Camurça – Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião – Universidade Federal de Juiz de Fora
117. Revd. Cônego Francisco de Assis da Silva,Secretário Geral da IEAB e membro da Coordenação do Fórum Ecumênico Brasil
118. Irene Maria G.F. da Silva Telles
119. Manfredo Araújo de Oliveira
120. Agnaldo da Silva Vieira – Pedagogo e Pastor Auxiliar da Igreja Batista da Esperança-Centro do Rio de Janeiro
121. Pr. Marcos Dornel – Pastor Evangélico – Igreja Batista Nova Curuçá – SP
122. Adriano Carvalho.
123. Pe. Sérgio Campos, Fundação Redentorista de Comunicações Sociais – Paranaguá/Pr.
124. Eduardo Dutra Machado, pastor presbiteriano
125. Maria Gabriela Curubeto Godoy – médica psiquiatra – RS
126. Genoveva Prima de Freitas- Professora – Goiânia
127. M. Candida R. Diaz Bordenave
128. Ismael de Souza Maciel membro do CEBI – Centro de Estudos Bíbicos Recife
129. Xavier Uytdenbroek prof. aposentado da UFPE e membro da coordenação pastoral da UNICAP
130. Maria Mércia do Egito Souza agente da Pastoral da Saúde Arquidiocese de Olinda e Recife
131. Leonardo Fernando de Barros Autran Gonçalves Advogado e Analista do INSS
132. Karla Juliana Souza Uytdenbroek Bacharel em Direito
133. Targelia de Souza Albuquerque
134. Maria Lúcia F de Barbosa (Professora – UFPE)
135. Paulo Teixeira, parlamentar, são paulo.
136. Alessandro Molon, parlamentar, Rio de janeiro.
137. Adjair Alves (Professor – UPE)
138. Luziano Pereira Mendes de Lima – UNEAL
139. Cláudia Maria Afonso de Castro-psicóloga- trabalhadora da Saúde-SMS Suzano-SP
140. Fátima Tavares, Coordenadora do Programa de Pos-Graduação em Antropologia FFCH/UFBA
141. Carlos Caroso, Professor Associado do Departamento de Antropologia e Etrnologia da UFBA.
142. Isabel Tooda
143. Joanildo Burity (Anglicano, cientista político, pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco,
144. Prof. Dr. Paulo Fernando Carneiro de Andrade, Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Professor de Teologia PUC- Rio
145. Aristóteles Rodrigues – Psicólogo, Mestre em Ciência da Religião
146. Zwinglio Mota Dias – Professor Associado III – Universidade Federal de Juiz de Fora
147. Antonio Francisco Braga dos Santos- IFCE
148. Paulo Couto Teixeira, Mestrando em Teologia na EST/IECLB
149. Rev. Luis Omar Dominguez Espinoza
150. Anivaldo Padilha – Metodista, KOINONIA, líder ecumênico
151. Nercina Gonçalves
152. Hélio Rios, pastor presbiteriano
153. João José Silva Bordalo Coelho, Professor- RJ
154. Lucilia Ramalho. Rio de janeiro.
155. Maria tereza Sartorio, educadora, ES
156. Maria jose Sartorio, saúde, ES
157. Nilda Lucia sartorio, secretaria de ação social, Espírito santo
158. Ângela maria fernandes -Curitiba paraná
159. Lúcia Adélia Fernandes
160. Jeanne Nascimento – Advogada em São Paulo/SP
161. Frei José Alamiro, franciscano, São Paulo, SP
162. Ruth Alexandre de Paulo Mantoan

Fonte: Por CF, com Blog Fala Povo

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Acabo de ouvir a entrevista do Candidato Marconi Perillo (PSDB) a governador do Estado de Goiás dada à Rádio Difusora 640 AM de Goiânia.

O tema saúde, por ele abordado, apresentou três questões no mínimo preocupantes. Primeiro questionou a municipalização, pilar de sustentação do Sistema Único de Saúde e que garante que cada cidadão possa ser percebido pelo sistema, apontar para o modelo de gestão do CRER e do Hospital de Urgências de Anápolis como referência de modelo de gestão no SUS e a insistência na construção do “Credeq”

A municipalização do SUS, como instrumento de gestão, é o grande instrumento que é capaz de reconhecer que embora sejamos membros de uma nação que se organiza geopoliticamente em estados, é na sua unidade menor, o município, que cada cidadão e cidadã vive,  precisando ser reconhecido e atendido em suas necessidades individuais e coletivas.  É uma grande expressão do municipalismo.

Já o modelo de gestão proposto, que se baseia na transferência de responsabilidade da gestão para o setor privado ou filantrópico indica que o Estado, por ele governado, não teve e não terá competência para gerir o setor. Que sua política de saúde será sustentada por um modelo privatista que não reconhece no estado responsabilidade com a vida do povo goiano e brasileiro. Modelo de gestão bastante aplicado nos estados de Minas Gerais e São Paulo.

Quanto a questão do “Centro de Referência do Dependente Químico” mostra um total descompasso com os avanços científicos e de modelos assistenciais no que diz respeito às formas de intervenção para o tratamento de dependentes químicos. Desqualifica a rede de Centros de Atenção Psicossocial – CAPs  e profissionais de saúde nela envolvidos bem como mostra o descompromisso com sua implementação.

De maneira também preocupante, não falou da política de financiamento onde o Estado de Goiás, na sua gestão, nunca fez parte da lista dos estados que cumpriam a EC29 (Patamar mínimo de financiamento do SUS que se espera de cada ente federativo – União, Estado e Município). É importante lembrar que a Emenda Constitucional de número 29 não só define os patamares mínimos de financiamento da saúde no país, distribuindo as responsabilidades entre união, estados e municípios bem como define, com muita clareza, o que são ações específicas da atenção à saúde para que não haja desvios de recursos da saúde para cuidar de outros setores, possivelmente também importantes na gestão pública porém não específicos da atenção à saúde.

Sem política de financiamento definida, com modelo de gestão privatizante, com modelo assistencial hospitalocêntrico, com definição de avançar sobre a municipalização, vemos o SUS enquanto instituição e modelo assistencial correndo risco, o estado com possibilidade de diminuição real do espaço assistencial, situação que ocorreu nos estados onde esse modelo de gestão foi empregado, bem como perda da possibilidade de uma política de recursos humanos que seja capaz de respeitar a dignidade de quem trabalha no SUS e possibilite que os profissionais sob a gestão do Estado Goiano sejam disponibilizados adequadamente e qualitativamente à população.

Vivemos um momento em que a grande luta do movimento popular e sanitário brasileiro é a busca do reconhecimento da política de saúde no país como uma política de estado e com conseqüente ação governamental, no entanto vemos que as ações propostas por esse setor da sociedade é a de que a participação do Estado seja cada vez menor. Aprofundamento do modelo “Estado Mínimo” iniciado no Governo FHC com a Reforma do Estado coordenada por Bresser Pereira. Poderá viver cada vez mais sob o humor do governante de plantão independente nas reais necessidades da população. Um espaço regulado pelo mercado.

Precisamos de uma política de saúde que seja regulada pelo valor da vida e que essa vida não seja vista com um dos ingredientes que se busca no mercado.

Usuários do Sistema Único de Saúde e Trabalhadores devem se ater a essa questão de maneira responsável. O que já andamos e para onde podemos voltar.

Em 31 de outubro, vote SUS!

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ELEIÇÕES 2010 E OS APROVEITADORES DA BOA FÉ E DA CREDULIDADE EVANGÉLICA

Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)

Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos “ungidos” de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e “vídeos” afirmando que votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom senso de meus irmãos evangélicos. Para além da “viagem” do conteúdo a absoluta falta de fontes e provas para estas “notícias” deveria ter levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de um “candidato evangélico” a presidência da república simplesmente ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas Malafaia de ser “dissimulada”, “pior do que o ímpio” e defender, (segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de passagem) que “casos de alta complexidade cultural, moral, social e espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela sociedade na forma de plebiscito” [3], mas de fato não disse que uma vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado. Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta “barbaridade”.

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo (Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por casais homossexuais.” [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com a “iniqüidade” é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está igualmente comprometido com os mesmo “problemas”) é muito fácil. Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja católica, cristã ou evangélica e isso vá “abençoar” o Brasil. Sei, como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário (como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta, mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.

______________________

NOTAS

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html

[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e-anuncia-apoio-a-serra.shtml

[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html

[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf

[6] http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha

[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml

[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206

Fonte: Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte (www.segundaigreja.org.br)

Luiz Nassif On Line

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A Celg além da Campanha

A discussão sobre o projeto do governo solicitando autorização à Assembleia Legislativa para o Estado contrair empréstimo de R$ 3,728 bilhões para a recuperação da saúde financeira da Celg ocorre no pior momento possível, em meio a uma campanha eleitoral, período em que o passionalismo prevalece eofusca a visão dos atores da disputa.

A busca de saídas para a debilitada Celg perdura há mais de dois anos. O vaivém dos acordos já discutidos entre União e Estado levou o governo a enviar outros quatro projetos de lei à Assembleia, todos aprovados. O penúltimo autorizava a venda de 41,08% das ações da Celg para a Eletrobras, chegou em março ao Legislativo e sofreu muita resistência até ser aprovado, em função do já instalado clima eleitoral.

Esse acordo melou pelo desinteresse da própria Eletrobras em destinar recursos do fundo de energia da União na falida empresa goiana, levando o Estado a reiniciar nova negociação. Como mudaram as bases do acordo, o governo precisou novamente de autorização legislativa, agora para o Estado contratar empréstimo de R$ 3,72 bilhões. Pelo atual modelo, incluído em protocolo de intenções assinado entre o Estado e a Eletrobras na semana passada, apenas 8% das ações da Celg ficarão com a Eletrobras, que, entretanto, terá direito a indicar a vice-presidência e quatro diretores.

A discussão desse projeto na Assembleia ganhou viés político-eleitoral. O PSDB é contra sua aprovação, alegando que a capacidade de endividamento do Estado ficará muito reduzida. Reclama da contratação de empréstimo dessa monta no final do governo e desdenha a insistência do governo sobre a urgência do empréstimo, alegando que se a Celg esperou tanto tempo por um plano de salvação, pode esperar mais alguns meses a posse do governo a ser eleito em outubro. Iris Rezende, candidato do PMDB, também manifestou resistência, sem, contudo, esclarecer seus motivos. A bancada peemedebista tem evitado se manifestar com clareza.

Na semana passada o PSDB acabou revelando sua principal contrariedade com a proposta. O empréstimo de R$ 3,72 bilhões será repassado ao Estado em três parcelas: R$ 1,2 bilhão em novembro, R$ 1,5 bilhão em janeiro e R$ 1,028 bilhão em 2012. A primeira dívida a ser quitada pela Celg, já na parcela de novembro, será justamente com o próprio Estado, ou seja, os R$ 750 milhões de ICMS em atraso. Incomoda aos tucanos o governo pôr a mão nessa bolada em fim de mandato. Em conversas reservadas, o PSDB alega não confiar nos governistas. “Por que não usar a primeira parcela para quitar dívidas com o setor elétrico? Esse fato mostra que projeto não é sério”, reagiu uma importante liderança. O partido chegou fazer uma consulta para saber se era possível incluir emenda, adiando a liberação da primeira parcela para janeiro, já no próximo governo, mas encontrou empecilhos técnicas à iniciativa.

Exatamente por isso, os tucanos encontram-se diante de um impasse: querem rejeitar o projeto, mas os deputados podem ficar com oônus de não terem salvado a Celg na véspera da eleição, sem dúvida uma ameaça aos seus projetos eleitorais. Entidades empresariais, representantes dos servidores da empresa e o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) iniciaram a “campanha para salvar a Celg”, uma vez que seu futuro ficaria incerto caso essa última tentativa seja derrotada em meio ao debate eleitoral. A debilitada saúde da empresa permite que ela espere mais quanto tempo?

Especialistas no setor elétrico que estão fora da negociação observam ser alto seu risco de morte. Com receita operacional insuficiente para fazer frente a seu alto endividamento, a Celg depende da captação de recursos no mercado financeiro, e a negativa de autorização para o empréstimo daria uma sinalização paraesse mercado de sua falta de condições para honrar compromissos. A empresa também ficará sem condições de melhorar sua receita com aumento das tarifas de energia (congeladas há três anos em função de sua inadimplência), e de receber recursos da União para investimento na eletrificaçãorural, liberação suspensa pelo mesmo motivo. Por fim, preocupa especialistas do setor o processo de caducidade da concessão de energia da União para a Celg, parado na Aneel à espera dessa negociação.

Há duas ameaças rondando a empresa na hipótese desse acordo naufragar: o Ministério das Minas e Energia poderá decretar a caducidade da concessão ou a Aneel determinar a intervenção federal na empresa. A primeira hipótese, mais dura, significaria na prática a falência da Celg, com o repasse integral de sua dívida de cerca de R$ 6 bilhões para o Estado, e com o poder concedente, a União, assumindo seu ativo físico, como linhas de transmissão, subestações e geradoras de energia. A intervenção é um processo menos doloroso, mas também deixaria essa dívida bilionária para o Estado.

Os tucanos duvidam desses riscos, pois acham que o Estado tem cacife político para contornar esses revezes em Brasília. Mesmo que seja possível cercar essas decisões traumáticas, o adiamento da solução para crise da Celg também jogará para o futuro a retomada de investimento no setor elétrico, algo reivindicado com urgência pelo setor produtivo, com repercussão direta no desenvolvimento econômico do Estado. Como se vê, uma decisão meramente eleitoral, contaminada pelo passionalismo político, é muito nociva à Celg, um doente na UTI. Está em jogo o futuro do setor energético no Estado, muito além dos interesses políticos dos candidatos, suas desavenças e desconfianças políticas. A dúvida da oposição em relação ao real interesse do governo é compreensível, já que essa novela se prolonga há tanto tempo, mas não deve impedir um acordo que leve em conta a atual situação da Celg.

Cileide Alves

Fonte: O Popular 16/08/2010

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A União deve 4 bi à CELG? Verdade ou fantasia?

A afirmação de que o Governo Federal deve 4 bilhões de reais para a CELG não está sustentada em condições efetivamente confirmadas, muito pelo contrário, alguns ítens desta suposta dívida já foram pagos.

Ao citar a matéria do Diário da Manhã de hoje (União deve R$ 4 bilhões à CELG), uma bem informada fonte avaliou que “isto não tem lógica”. E me listou fatos que contestam esta notícia e considero que são muito plausíveis. O governo do Estado de Goiás não tem instrumentos para levantar este valor, diferentemente do que foi divulgado na matéria, inclusive para sustentar que o empréstimo de R$ 3,7 bilhões seria desnecessário.

TOCANTINS

A matéria diz, com informações do deputado federal Leonardo Vilela (PSDB), que no acerto de ativos com a criação do Estado do Tocantins relativos ao que a CELG que”de acordo com cálculos de 1991, estes ativos valem R$ 378,8 milhões. O prejuízo, no entanto, é muito maior, porque a perda desta estrutura resultou em grande impacto no capital de giro desta companhia. Estima-se que, hoje, a transferência de ativos para o Tocantins custaria quase R$ 1,5 bilhão ao governo federal”.

FATO: Em 1999, o governo do Estado de Goiás, administrado à época por Marconi Perillo, recebeu R$ 320 milhões de reais. Ocorre que R$ 140 milhões deste recebimento naquele ano “não foi repassado para a CELG”. Atualizado, este valor estaria hoje em R$ 730 milhões, que compõe o acerto que será feito neste empréstimo do Governo do Estado e que quitado agora.

O valor que o Estado de Goiás não repassou para a CELG não sofreu correção entre 99 e 2002, por 3 anos.

CODEMIN

Diz a matéria que a CELG teria a receber R$ 1,248 bilhões referentes aos créditos da CODEMIN que passou a fazer parte da área da empresa goiana, em redistribuição com Furnas. A empresa tinha subsídios que a União suspendeu em março de 1993. De 93 a 2003 a CELG bancou este incentivo.

FATO: A ação judicial está na primeira instância, na 7ª Vara da Justiça Federal. A Advocacia Geral da União contesta, portanto, é plausível prever que a discussão jurídica vai para instâncias superiores e vai durar muito tempo, no mínimo 10 anos, numa visão otimista.

CONCLUSÃO: não é possível contar com um valor que está sob discussão jurídica. “Não se contabiliza o que não está transitado em julgado”, me declarou esta fonte. E isso está correto.

CRC

Na mesma matéria, é informado que a Conta de Resultados a Compensar, que é uma “remuneração mínima estabelecida por lei que obriga o governo federal a indenizar concessionárias que invistam na formação de ativos operacionais – como, por exemplo, redes de transmissão. A lei determina remuneração mínima de 10% sobre o valor investido. De acordo com os técnicos da Celg, o Estado tem a receber cerca de R$ 700 milhões em CRC”.

FATO: A fonte me revela que contar com a CRC no valor citado é “sonhar acordado”. Leis que tratam do assunto já foram vetadas por 2 vezes. A primeira pelo presidente peessedebista Fernando Henrique Cardoso. Outra, por Luís Inácio Lula da Silva. O assunto está na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, relatada pelo deputado João Dado.

CONCLUSÃO: qual a possibilidade de que uma Lei tramite rapidamente e não seja vetada novamente? Não dá para contar com o valor e ele é passível de discussão jurídica, se for aprovado.

RENDA MINIMA

O que o deputado federal Leonardo Vilela alega, na entrevista ao Diário da Manhã, do que a CELG tem a receber relativo ao subsídio aos consumidores de baixa renda e ao Luz para Todos só poderá ser repassado se a empresa deixar de ser “inadimplente”, portanto se acertar suas contas com a Eletrobrás e o Gov. Federal. O assunto já foi revelado e tratado na Rádio 730, nesta semana.

ÚLTIMA REVELAÇÃO

A Aneel já entrou com processo contra a CELG por que o contrato de concessão “caducou”, ou seja, não foi renovado por causa da situação da empresa. O fato aconteceu no mês de abril, portanto, é verdadeira a argumentação do governador Alcides Rodrigues de que a concessão pode ser cassada. O processo já foi aberto e está tramitando.

Fonte: Blog do Altair Tavares

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Os candidatos à Presidência da República já receberam os dois documentos aprovados pelos participantes do XII Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem) e que contemplam as principais reivindicações da categoria em prol do aperfeiçoamento da assistência em saúde no país. Nos textos, protocolados nos  comitês de campanha no fim da tarde desta segunda-feira (09/08), os médicos, representados pelas suas entidades nacionais – Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) – condensam suas principais preocupações com respeito à saúde e ao exercício da Medicina e apontam soluções para superar o quadro de dificuldades.

O Manifesto dos Médicos à Nação foi publicado nos principais jornais do país, também dando conhecimento à sociedade sobre o diagnóstico feito e os pleitos apresentados. Já o Relatório Final do XII Enem contempla as 115 deliberações aprovadas pelos 600 delegados que participaram da reunião a respeito de temas diversos, como ensino, trabalho e políticas públicas. Cada proposta, resultado da discussão entre os vários segmentos do movimento médico, traz uma contribuição para ampliar o foco da reflexão sobre o quadro atual da saúde brasileira, que carece de medidas urgentes nas esferas pública e privada.

Esses dois documentos são a contribuição da categoria para o aperfeiçoamento e a qualificação dos serviços de saúde. Representam também o compromisso dos médicos com a defesa dos interesses da sociedade, além de ser um marco na luta pela valorização do exercício da Medicina, que tem sido tratada, ao longo dos anos, com indiferença pelos gestores em geral.

A expectativa das entidades médicas nacionais é de que os documentos possam subsidiar as tomadas de decisão de atuais e futuros gestores. Além dos presidenciáveis e candidatos aos governos estaduais, também receberão o Manifesto à Nação e o Relatório Final do XII Enem o ministro da Saúde, José Gomes Temporão; o ministro da Educação, Fernando Haddad; o presidente do Senado, José Sarney; o presidente da Câmara, Michel Temer; o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Pacheco; o procurador Geral da República, Roberto Monteiro Gurgel dos Santos; a presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass); Beatriz Dobashi; o presidente do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Antonio Carlos Figueiredo Nardi; e outras autoridades das esferas executiva, legislativa e judiciária.

Fonte: Fenam

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“Quem são os que tanto odeiam Lula e por que o odeiam tanto? Numa análise superficial não se consegue encontrar razões lógicas para tanto ódio. Afinal, seu governo está longe de estar sendo uma ameaça grave às elites. Ele conseguiu, nesses seus três anos e meio de mandato, distribuir renda sem tirar absolutamente nada da classe dominante ou, no mínimo, não tirar nada dela que lhe tenha feito sequer cócegas nos privilégios.

O empresariado, sobretudo o grande empresariado, está ganhando como nunca. Os bancos não têm do que se queixar. O capital transnacional muito menos. E a mídia perdeu muito mais sob FHC do que sob Lula. Os meios de comunicação se endividaram como nunca acreditando no populismo cambial fernandino e chegaram à difícil situação em que se encontram por terem contraído dívidas enormes em dólar e depois as viram explodir com a maxidesvalorização de 1999. Então por que a mídia – principalmente a mídia – odeia tanto o atual presidente e ama tanto seu antecessor?

Os que odeiam Lula, convenhamos, não estão só entre a classe social e étnica dominante. Os odiadores fanáticos do presidente estão em todas as classes sociais, em todas as etnias, em todas as partes do país, em todas as ideologias e onde mais se puder destacar um segmento da sociedade brasileira. Então não se pode atribuir elitismo aos que o odeiam como poucos políticos já foram odiados.

Claro que há o medo das elites de que Lula venha a levar o Brasil mais para a esquerda por conta de suas boas relações com líderes como Fidel Castro e Hugo Chávez, mas esse é um motivo secundário . As políticas públicas voltadas para lumpezinato, como por exemplo as cotas nas universidades, também podem despertar o egoísmo hidrófobo da elite e mais ódio ao presidente, mas são políticas que o maior país capitalista da Terra também adotou, portanto não explicam o que aqui se discute.

Para entendermos o ódio a Lula, primeiro é preciso reconhecer que foi ele quem o construiu. Todos os que, em todos os segmentos da sociedade, jamais puderam admitir que alguém que consideravam ou abaixo deles ou igual a eles pudesse chegar onde chegou, sentem-se esbofeteados por sua ascensão. O ódio ao presidente transcende a razão e se esconde sob desculpas como “ética” – como se um FHC, de quem os odiadores de Lula gostam tanto, fosse algum exemplo de político ético – ou de ser “ignorante” e “despreparado”. Mas a verdade é que os odiadores de Lula não conseguem aceitar ser governados por alguém que até hoje não consegue falar bom português e que veio do degrau mais baixo da pirâmide social brasileira.

Quando Lula morrer, quando as gerações futuras estudarem um dos maiores líderes políticos da história deste país, quando ele puder ser olhado pela lente da verdade, sem paixões, sem ódios ou rancores, descobrirão que sua ascensão na vida arrombou uma porta que tanto os mais pobres quanto os mais ricos sempre mantiveram trancada no Brasil. Por isso Lula é tão odiado e tão amado.”

Escrito por Eduardo Guimarães às 23h04 – 02/09/2006

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A LINGUAGEM DO PRECONCEITO

Virou moda dizer que “Lula não entende das coisas”. Ou “confundiu isso com
aquilo”. É a linguagem do preconceito, adotada até mesmo por jornalistas
ilustres e escritores consagrados

Por: Bernardo Kucinski

O sociólogo José Pastore diz que Lula confunde “choque de gestão” com contratação. É que para os conservadores “choque de gestão” é sinônimo de demissão (Foto: Elza Fiúza/ABr)

Um dia encontrei Lula, ainda no Instituto Cidadania, em São Paulo, empolgado com um livro de Câmara Cascudo sobre os hábitos alimentares dos nordestinos.
Lula saboreava cada prato mencionado, cada fruta, cada ingrediente.
Lembrei-me desse episódio ao ler a coluna recente do João Ubaldo Ribeiro,
“De caju em caju”, em que ele goza o presidente por falar do caju, “sem
conhecer bem o caju”. Dias antes, Lula havia feito um elogio apaixonado ao
caju, no lançamento do Projeto Caju, que procura valorizar o uso da fruta na
dieta do brasileiro.

“É uma pena que o presidente Lula não seja nordestino, portanto não conheça bem a farta presença sociocultural do caju naquela remota região do
país…”, escreveu João Ubaldo. Alegou que Lula não era nordestino porque
tinha vindo ainda pequeno para São Paulo. E em seguida esparramou citações sobre o caju, para mostrar sua própria erudição. Estou falando de João Ubaldo porque, além de escritor notável, ele já foi um grande jornalista.

Outro jornalista ilustre, o querido Mino Carta, escreveu que Lula “confunde”
parlamentarismo com presidencialismo. “Seria bom”, disse Mino, “que alguém se dispusesse a explicar ao nosso presidente que no parlamentarismo o partido vencedor das eleições assume a chefia do governo por meio de seu
líder…” Essa do Mino me fez lembrar outra ocasião, no Instituto Cidadania,
em que Lula defendeu o parlamentarismo.

Parlamentarista convicto, Lula diz que partidos são os instrumentos
principais de ação política numa democracia. Pelo mesmo motivo Lula é a
favor da lista partidária única e da tese de que o mandato pertence ao
partido. Em outubro de 2001, o Instituto Cidadania iniciou uma série de
seminários para o Projeto Reforma Política, aos quais Lula fazia questão de
assistir do começo ao fim. Desses seminários resultou um livro de 18
ensaios, Reforma Política e Cidadania, organizado por Maria Victória
Benevides e Fábio Kerche, prefaciado por Lula e editado pela Fundação Perseu Abramo.

Clichês e malandragem

Se pessoas com a formação de um Mino Carta ou João Ubaldo sucumbiram à
linguagem do preconceito, temos mais é que perdoar as dezenas de jornalistas de menos prestígio que também dizem o tempo todo que “Lula não sabe nada disso, nada daquilo”. Acabou virando o que em teoria do jornalismo chamamos de “clichê”. É muito mais fácil escrever usando um clichê porque ele sintetiza idéias com as quais o leitor já está familiarizado, de tanto que foi repetido. O clichê estabelece de imediato uma identidade entre o que o jornalista quer dizer e o desejo do leitor de compreender. Por isso, o clichê do preconceito “Lula não entende” realimenta o próprio preconceito.

Alguns jornalistas sabem que Lula não é nem um pouco ignorante, mas propagam essa tese por malandragem política. Nesse caso, pode-se dizer que é uma postura contrária à ética jornalística, mas não que seja preconceituosa.
Aproveitam qualquer exclamação ou uso de linguagem figurada de Lula para
dizer que ele é ignorante. “Por que Lula não se informa antes de falar?”,
escreveu Ricardo Noblat em seu blog, quando Lula disse que o caso da menina presa junto com homens no Pará “parecia coisa de ficção”. Quando Lula disse, até com originalidade, que ainda faltava à política externa brasileira achar “o ponto G”, William Waack escreveu: “Ficou claro que o presidente brasileiro não sabe o que é o ponto G”.

Outra expressão preconceituosa que pegou é “Lula confunde”. A tal ponto que jornalistas passam a usar essa expressão para fazer seus próprios jogos de palavras. “Lula confunde agitação com trabalho”, escreveu Lucia Hippolito.
Empregam o “confunde” para desqualificar uma posição programática do
presidente com a qual não concordam. “O presidente confunde choque de gestão com aumento de contratações”, diz o consultor José Pastore, fonte habitual da imprensa conservadora.

Confunde coisa alguma. Os neoliberais querem reduzir o tamanho do Estado, o presidente quer aumentar. Quer contratar mais médicos, professores, biólogos para o Ibama. É uma divergência programática. Carlos Alberto Sardenberg diz que Lula “confundiu” a Vale com uma estatal. “Trata-a como se fosse a Petrobras, empresa que segundo o presidente não pode pensar só em lucro, mas em, digamos, ajudar o Brasil.” Esse caso é curioso porque no parágrafo seguinte o próprio Sardenberg pode ser acusado de confundir as coisas, ao reclamar de a Petrobras contratar a construção de petroleiros no país,  apesar de custar mais. Aqui, também, Lula não fez confusão: o presidente acha que tanto a Vale quanto a Petrobras têm de atender interesses nacionais; Sardenberg acha que ambas devem pensar primeiro na remuneração dos acionistas.

Filosofia da ignorância
A linguagem do preconceito contra Lula sofisticou-se a tal ponto que
adquiriu novas dimensões, entre elas a de que Lula teria até problemas de
aprendizagem ou de compreensão da realidade. Ora, justamente por ter tido
pouca educação formal, Lula só chegou aonde chegou por captar rapidamente
novos conhecimentos, além de ter memória de elefante e intuição. Mas, na
linguagem do preconceito, “Lula já não consegue mais encadear frases com
alguma conseqüência lógica”, como escreveu Paulo Ghiraldelli, apresentado
como filósofo na página de comentários importantes do Estadão. Ou, como
escreveu Rolf Kunz, jornalista especializado em economia e também professor de filosofia: “Lula não se conforma com o fato de, mesmo sendo presidente, não entender o que ocorre à sua volta”.

Como nasceu a linguagem do preconceito? As investidas vêm de longe. Mas o
predomínio dessa linguagem na crônica política só se deu depois de Lula ter
sido eleito presidente, e a partir de falas de políticos do PSDB e dos que
hoje se autodenominam Democratas. “O presidente Lula não sabe o que é pacto federativo”, disse Serra, no ano passado. E continuam a falar: “O presidente Lula não sabe distinguir a ordem das prioridades”, escreveu Gilberto de Mello. “O presidente Lula em cinco anos não aprendeu lições básicas de gestão”, escreveu Everardo Maciel na Gazeta Mercantil.

A tese de que Lula “confunde” presidencialismo com parlamentarismo foi
enunciada primeiro por Rodrigo Maia, logo depois por César Maia, e só então
repetida pelos jornalistas. Um deles, Daniel Piza, dias depois dessas falas,
escreveu que “só mesmo Lula, que não sabe a diferença entre presidencialismo e parlamentarismo, pode achar que um governante ter a aprovação da maioria é o mesmo que ser uma democracia no seu sentido exato”.

Preconceito é juízo de valor que se faz sem conhecer os fatos. Em geral é
fruto de uma generalização ou de um senso comum rebaixado. O preconceito
contra Lula tem pelo menos duas raízes: a visão de classe, de que todo
operário é ignorante, e a supervalorização do saber erudito, em detrimento
de outras formas de saber, tais como o saber popular ou o que advém da
experiência ou do exercício da liderança. Também não se aceita a
possibilidade de as pessoas transitarem por formas diferentes de saber.

A isso tudo se soma o outro preconceito, o de que Lula não trabalha. Todo
jornalista que cobre o Palácio do Planalto sabe que é mentira, que Lula
trabalha de 12 a 14 horas por dia, mas ele é descrito com freqüência por
jornalistas como uma pessoa indolente.

Não atino com o sentido dessa mentira, exceto se o objetivo é difamar uma
liderança operária, o que é, convenhamos, uma explicação pobre. Talvez as
elites, e com elas os jornalistas, não consigam aceitar que o presidente, ao
estudar um problema com seus ministros, esteja trabalhando, já que ele é ”
incapaz de entender” o tal problema. Ou achem que, ao representar o Estado
ou o país, esteja apenas passeando. Afinal, onde já se viu um operário, além
do mais ignorante, representar um país?

Fontes: João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo, 2/9/2007. Blog do Mino
Carta, 16/11/2007. Blog do William Waack, 2/12/2007. Texto de Lúcia Hipólito no UOL, 24/07/2007. José Pastore, artigo no Estadão, 11/12/2007. Carlos Alberto Sardenberg, “De bronca com o capital”, Estadão, 10/12/2007. Filósofo Paulo Ghiraldelli, Estadão, 29/8/2007. Rolf Kunz, “Lula, o viajante do palanque”, Estadão, 29/11/2007. José Serra, em Folha On Line, 1º/8/2006, em reportagem de Raimundo de Oliveira. Gilberto de Mello, escritor e membro do Instituto Brasileiro de Filosofia, no Estadão de 2/8/2007, reproduzido no site do PSDB. Everardo Maciel, na Gazeta Mercantil de 4/10/2007. Rodrigo Maia, em declaração à Rádio do Moreno, 6/11/2007, 17h20. César Maia em seu blog, 12/11/2007. E Daniel Pizza em texto do Estadão de 2/12/2007.

Bernardo Kucinski é professor titular do Departamento de Jornalismo e
Editoração da ECA/USP. Foi produtor e locutor no serviço brasileiro da BBC
de Londres e assistente de direção na televisão BBC. É autor de vários
livros sobre jornalismo

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Lendo o Blog do Luiz Nassif, deparei-me com esse texto que, achei muito interessante. Após consulta ao jornalista e sua autorização, disponibilizo-o para conhecimento dos amigos.

Boa leitura!

Leituras das pesquisas Datafolha

Por Alexandre Leite

Nassif,                                                                             

Um dado muito interessante dessa pesquisa Datafolha se refere ao cruzamento das pesquisas espontâneas e estimuladas à Escolaridade; virou lugar comum no Brasil associar o eleitor de Lula ao analfabetismo, à ignorância, à despolitização; Afinal de contas quem poderia eleger um ‘apedeuta’? Mas pelo menos a pesquisa preferida do senador Arthur Virgílio, desmente:

Espontânea

Candidato = Nível Superior | Fundamental

Dilma = 17 | 10

Serra = 13 | 6

Marina = 4 | 0

Lula = 3 | 10

Ciro = 3 | 1

Candidato do PT = 1 | 1

Candidato de Lula = 1 | 4

Aécio = 1 | 1

Resumindo, os eleitores de nível superior dão ao conglomerado petista, 22% das intenções de voto;

ao conglomerado serrista, 14%. Marina e Ciro, somados 7%.

Estimulada

Candidato = Nível Superior | Fundamental

Dilma = 33 | 26

Serra = 31 | 37

Marina = 14 | 7

Ciro = 9 | 10

Sem Ciro, temos

Dilma = 35 | 28

Serra = 33 | 41

Marina = 16 | 9

Repare o salto que se dá nos votos em Serra entre os de nível fundamental. Vai de 6% na espontânea para 37% ou 41% na estimulada.

Ou seja, Serra lidera no Datafolha em cima justamente sobre o que cientista político José Roberto de Toledo, no programa ‘Entre Aspas’, chamou de “parcela do eleitor ainda pouco informada/interessada e ligada a Lula até a medula”.

Se isso não é algo muito significativo, passo.

Clique para acessar o int_voto_pres_29032010_tb1.pdf

Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/04/03/leituras-das-pesquisas-datafolha/#more-54229

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