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Archive for the ‘Uncategorized’ Category

O problema da educação em palavras miúdas

Cinara Lobo

Cinara Lobo ao lado de estudantes no município de Urucuia, em Minas Gerais, durante viagem para constatar a aplicação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola

A camionete do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação deixou o asfalto e cortou 40 quilômetros na estradinha de chão, embrenhando pelo Cerrado quase virgem, no município de Urucuia, em Minas Gerais. O objetivo de nossa viagem era verificar a aplicação dos recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola e compreender a razão pela qual algumas escolas terminam não gastando o dinheiro que o governo federal repassa. Para chegar às unidades de ensino situadas na zona rural, atravessamos quilômetros sem avistar nenhuma casa. Enquanto o carro desviava dos buracos e subia os mata-burros, eu me perguntava: “E se ele quebrar aqui, como voltamos? Como vamos pedir socorro?” Não tinha sinal de celular.

Quando a camionete parou, olhei para todos os lados. Não encontrei a escola. Foi preciso olhar novamente para ver as salas de aula atrás do pé de manga. Uma casa velha, uma parte desfazia-se como se estivesse abandonada. Na entrada, as crianças brincavam de queimada. Ao lado, outras jogavam futebol, num campinho de terra, improvisado. Logo nos cercaram. O mais falante perguntou a minha amiga:

– Você é a “supernisora” que veio tomar a minha leitura?

– Sou eu mesma. E você já sabe ler?

– Sim, estudei muito! Li muitas letras! Treinei demais. Eu estou pronto para você me tomar a leitura. Toma agora – e segurou o crachá da minha colega e leu: FNDE.

Depois ficamos sabendo que a professora inventara a história da “supernisora”. Precisava de um estímulo para fazer os meninos estudarem, então lhes disse que um dia apareceria naquele lugar uma supervisora para tomar a leitura de todos. Se eles não soubessem ler, a supervisora iria afastá-la da escola. Por amor a professora, eles estudaram. A mentira pode parecer injusta, pois sempre é injusto mentir para criança, mas acreditem não havia nenhuma razão mais próxima, nenhuma justificativa mais racional e convincente além dessa, a da supervisora. Eu mesma procurei outra razão e não encontrei. Procurei nas paredes da escola, nas telhas de barro que cobriam o teto, na poeira que levantava do chão enquanto as crianças brincavam, na simplicidade do mobiliário, na perspectiva do lugar. Não encontrei.

O Brasil ainda padece do mesmo mal que o acomete desde o descobrimento: as longas distâncias e a incapacidade administrativa de vencê-las. Não é um problema muito difícil de resolver, mas que precisaria de mais planejamento e capacidade estatal. Os programas do governo federal, na área de educação, são desconectados, casuísticos, pulverizados, padronizados e, por todas essas razões, de baixo impacto. O exemplo explica melhor.

Na mesma viagem, fomos para outra escola na zona rural, distante 70 km de Arinos, sendo 40 km de estrada de chão. No período de chuva, a escola fica completamente isolada porque o rio sobe. Não possui energia elétrica. Para ela, o governo federal havia destinado R$ 33 mil do Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE). O valor não compreendia tudo que a União havia destinado para escola naquele ano, mas vamos analisar apenas o caso dos R$ 33 mil. Os valores deveriam ser usados para melhorar rendimento escolar, pois a nota do IDEB havia ficado muito baixa. O PDE foi criado com o objetivo de planejar ações de longo prazo que contribuíssem para melhorar rendimento escolar. O planejamento era feito pela própria comunidade com o apoio da Secretaria de Educação. Quando cheguei à escola, perguntei a professora como os recursos tinham sido usados. E ela me apontou duas marquises. Não entendi. Mas ela me explicou. Entre uma fileira de salas de aula e outra, havia um vão. Na época da chuva, os alunos se molhavam atravessando de um lugar para outro. Por isso, ela construiu uma cobertura. Com o restante do dinheiro, equipou a escola: duas geladeiras, um DVD, um computador… Mas lembrem-se: a escola não possuía energia elétrica! A diretora da escola também não sabia explicar qual a relação da marquise com melhoria do IDEB, tampouco dos eletrodomésticos que não funcionavam.

Para que os programas do governo federal produzam resultados efetivos precisam se aproximar da realidade da escola. Mas elas são inúmeras, as mais diversas. Por isso, a dificuldade de planejar, a partir de Brasília, qualquer programa. A alternativa é o próprio município pensar soluções locais, aproveitando a experiência e o saber da comunidade, e envolvendo-a na formulação e execução das ações. Para tanto, é necessário existir maior coordenação e colaboração entre os entes federados, o que na literatura de políticas públicas, chama-se capacidade estatal.

A descentralização de recursos é necessária, mas como explica a professora Marta Arretche (1996), ela foi feita sem um planejamento, sem que se corrigissem os desníveis na capacidade administrativa dos municípios, o que resultou no reforço a heterogeneidade na prestação dos serviços sociais. O modelo do federalismo brasileiro faz com que parte significativa dos recursos continue concentrada na União, enquanto os gastos dos municípios e estados estão direcionados para o pagamento de salários e outras despesas de manutenção. Não existe um Sistema Nacional de Educação que defina papéis e responsabilidades, direcionando o que cabe a cada ente federado executar para garantir o acesso a educação com qualidade. Por todas essas razões, as populações que mais sofrem as conseqüências desse modelo de gestão dos recursos públicos da educação são aquelas que vivem em áreas rurais ou em locais que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) definiu no Censo Escolar como localização diferenciada: quilombolas, terras indígenas e assentamentos.

A padronização dos programas federais desconhece e ignora a cultura das comunidades. Não apenas os recursos são mal distribuídos, as responsabilidades estão mal definidas, como os desenhos dos programas são insensíveis às diferentes culturas que convivem no território nacional. No governo de Fernando Henrique Cardoso, foi desenvolvido o Programa de Apoio Tecnológico (Resolução do FNDE nº 5, de 26 de maio de 1997), que distribuía recursos para as secretarias de educação, a fim de que adquirissem para as escolas os equipamentos necessários para assistir às vídeos-aula produzidas pela TV Escola: televisor, antena parabólica, videocassete, estabilizador de voltagem e fitas VHS. Segundo consta no Relatório de Atividades do FNDE (BRASIL, 1997), no período de 1995 a 1997, foram transferidos R$ 51,4 milhões por meio do programa, beneficiando 34.249 escolas da rede pública municipal e estadual. Visita de monitoramento realizada pelo FNDE, em 1997, a comunidade indígena encontrou o equipamento na casa do chefe da tribo, que o usava para assistir as novelas da Rede Globo. A simples transferência de recursos não significa que o dinheiro será empregado nas finalidades traçadas pelo governo federal. As comunidades beneficiadas precisam entender os objetivos que se deseja atingir, assim como os entes subnacionais devem participar da formulação e gestão dos programas.

O problema é mais complexo, ainda. Conforme a Constituição de 1988, estados e municípios possuem a mesma autonomia que a União. Não existe subordinação entre eles, mas competências diferentes. No campo das políticas sociais, diz o texto constitucional, elas são complementares, ou seja, os três níveis governamentais devem atuar em parceria e de forma coordenada para prover os serviços públicos. Na prática, cada um tem se encarregado de uma parte do ensino: os municípios, do fundamental; os estados do ensino médio, e o governo federal do superior. Em razão disso, quando o governo federal elabora e descentraliza recursos para um programa, os entes subnacionais podem escolher executar ou não, afinal eles são autônomos! Podem, por isso, realizar o programa conforme script diferente do inicialmente pensado pelo formulador da política. E isso acontece muitas vezes.

Visitei um município em Tocantins para verificar como eram usados os recursos do programa Mais Educação. O programa criado no governo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva tinha o objetivo de incentivar a educação em período integral. A professora abriu a pasta, me mostrou todas as notas fiscais, os pagamentos, extratos bancários… A burocracia estava perfeita. Então, eu disse: “Posso visitar a sala de aula?” Logo notei que o pedido a incomodou. Não havia a sala de aula. As crianças estavam reunidas em baixo de uma árvore. Não mais que cinco crianças, enquanto a professora fazia a leitura.

No Tocantins, as escolas públicas são muito bem equipadas. Não sei se o padrão se repete em todo estado, mas, em Palmas, elas são muito bonitas. Possuem quadra de esportes, piscinas olímpicas, bibliotecas, salas de leitura, salas de aula montadas com recursos áudio visuais… Por isso, o governo separava “educação em tempo integral” e “Mais Educação”. Para ele, na primeira categoria estavam as escolas realmente equipadas para receber os alunos em jornada integral. Na segunda, aquelas que não tinham condições físicas para estender o tempo de permanência do aluno na escola, mas que poderiam desenvolver atividades complementares no contraturno. Por isso, encontrei poucos alunos participando do Mais Educação.

O governo municipal entendeu o programa como atividade complementar, não como parte da grade horária oficial da escola. Ele não usou os recursos indevidamente, mas, para sua gestão, para ser possível receber os alunos no contraturno, era preciso dispor de estrutura física escolar. Para o governo federal, a estrutura física poderia ser improvisada por meio de parcerias com igrejas, associações de classe, clubes esportivos etc. Para resolver essas diferentes visões sobre “educação integral” seria preciso sentar e conversar, dialogar. Os entes federados não costumam dialogar antes de gastar o dinheiro. Simplesmente, saem gastando.

Na Ciência Política, há um nome sofisticado para isso: dizemos, que falta capacidade estatal, ou seja, falta maior coordenação das ações entre os entes federados. Mas, eu costumo dizer que a teoria da Ciência Política é muito sofisticada para explicar o Brasil. Precisamos de um português mais grosseiro para interpretá-lo. Por isso, deixo aqui esses relatos, em palavras miúdas, para que o leitor compreenda os problemas da educação no Brasil e as dificuldades para superá-los. Também que compreenda que nem sempre a questão é mais dinheiro para educação, mas melhorar a gestão dos gastos.

Fonte: A Voz da Notícia

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Vírus Corona – Pronunciamento de Confemel

Declaração de Confemel no

Foto: shutterstock

2019-nCov.

Eleonora Navatta

A Confederação Médica Latinoiberoamericana e do Caribe (CONFEMEL) expressa sua profunda preocupação com o surto de uma nova cepa de coronavírus, o 2019-nCoV, originada na cidade de Wuhan, no centro da China.
Verificou-se que este vírus é transmitido de animais para seres humanos e também entre seres humanos.

Uma duplicação semanal do vírus é observada hoje (na China). Um em cada quatro pacientes tem uma infecção grave e um em cada 10 pacientes que tiveram infecções graves morre.

Da CONFEMEL, instamos os países membros a orientar e respeitar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), além de exigir que as autoridades de saúde tomem as medidas preventivas necessárias para A proteção da população.

Lembramos que, para evitar riscos de contágio, é necessário realizar uma higiene respiratória e das mãos, manuseio higiênico dos alimentos e, sempre que possível, evitar contato próximo com qualquer pessoa que mostre sinais de problemas respiratórios, como tosse ou espirro .
Ao tossir ou espirrar, cubra o nariz e a boca com a dobra do cotovelo.
No caso de viagens à China ou áreas com circulação de vírus, recomenda-se evitar locais fechados, principalmente com a presença de animais e o consumo de carnes cruas ou mal cozidas.

Até hoje não existem vacinas para esse vírus. Em pacientes sintomáticos, são realizados tratamento sintomático e suporte de funções. Enquanto não houver diagnóstico do vírus, deve ser realizado o tratamento usual do quadro clínico que o paciente possui.

Montevidéu, 31 de janeiro de 2020.

Fonte: Confemel

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Agressão irresponsável do jornal O Globo ao programa de vacinação

Em relação ao editorial de ontem dia 22 de agosto publicado no Jornal O Globo, eu e o ex ministro José Agenor enviamos esta carta ao jornal:

 

Agressão irresponsável do jornal O Globo ao programa de vacinação

 

José Gomes Temporão

José Gomes Temporão

Em seu afã de procurar culpados pelo atual surto de sarampo que afeta alguns estados, o jornal O Globo em seu editorial de 22 de agosto sob o título “ Ativismo e má gestão prejudicam vacinação no país”, ataca a credibilidade de um dos pilares da saúde pública brasileira, o Programa Nacional de Imunizações. Causa espécie que, no momento em que o grupo Globo faz uma campanha contra fake news, o jornal faça exatamente o contrário produzindo de modo irresponsável uma grande Fake News que ofende os milhares de profissionais que ao longo de décadas construíram esse patrimônio da saúde brasileira.
Em seus 45 anos, o programa vem de modo continuado acumulando êxitos e reconhecimento nacional e internacional. Não se trata de obra de um governo, mas conquista histórica da população brasileira, cuja gestão tem sido de continuidade até os dias de hoje. Os autores do editorial desconhecem a complexidade de um programa dessa natureza, a multiplicidade de investimentos e de processos de trabalho envolvidos.
As vacinas e a vigilância em saúde pública permitiram a erradicação da varíola e a interrupção da transmissão da poliomielite. Há nove anos, o País está livre de casos de rubéola e, há dois, teve reconhecida a eliminação do sarampo, que hoje volta a nos ameaçar.
O sucesso de um programa de vacinação pode ser medido pela população alcançada e pelas doenças prevenidas. Nessas duas dimensões, o período de maior crescimento do PNI foi justamente aquele em que Lula e Dilma estiveram na Presidência do Brasil, com incorporação de novas vacinas e ampliação da parcela da população beneficiada.
As vacinas oferecidas na rede de atenção básica, que eram 14, em 2002, passaram a 20, nas gestões Lula e Dilma. Foram incorporadas, entre outras, aquelas que protegem contra a meningite C, contra a diarreia causada pelo Rotavírus que evitou a morte de 1.800 crianças por ano no país, contra o pneumococos e a do papilomavírus, que previne o câncer de colo de útero, produzida pelo Instituto Butantan, do Governo do Estado de São Paulo, e sobre cujo processo de aquisição não paira qualquer tipo de suspeita. E em 2010 foi realizada a vacinação contra a gripe H1N1 com 88 milhões de pessoas protegidas.
No período, inúmeras iniciativas aprimoraram a capacidade de gestão do programa, como o Projeto Inovacina, iniciado em 2006, a implantação do monitoramento rápido de coberturas vacinais, do “vacinômetro” e do novo sistema de informações, que permitirá conhecer a situação vacinal das pessoas, e não somente o número de doses aplicadas, como sempre se fez.
Nesses governos, começou a construção da nova fábrica de vacinas de Bio-Manguinhos, inaugurada então na gestão Temer, e investiu-se, por meio de parcerias entre laboratórios privados e produtores públicos, na nacionalização de diversos produtos que eram importados, propiciando economia, desenvolvimento tecnológico e assegurando estabilidade no suprimento para o programa público nacional.
O programa, no entanto, passa por ameaças. Em situações como a da inclusão da vacina contra a dengue pelo Estado do Paraná, estado do então Ministro da Saúde, em 2016, o governo agiu sem suficiente respaldo técnico e hoje essa vacina só é recomendada pela Organização Mundial de Saúde – OMS para quem já teve infecção por dengue. Os cortes orçamentários causados pela emenda constitucional 95 comprometem a sustentabilidade da atenção básica e o trabalho das equipes de saúde da família. Por mais que os sistemas de aquisição, suprimento e armazenamento de imunobiológicos funcionem bem, são os profissionais desses serviços que acompanham a situação vacinal das pessoas de suas áreas, convocam, visitam as casas e efetivamente administram as vacinas, trabalho que está sendo prejudicado.
O Programa Nacional de Imunizações brasileiro é uma obra coletiva, que envolve milhares de serviços e profissionais das três esferas de governo, o apoio dos mais reconhecidos especialistas do país, presentes no Comitê Técnico Assessor, o reconhecimento das sociedades profissionais, dos Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde e da Organização Mundial de Saúde. A política de vacinação é orgulho da saúde pública brasileira a ser preservada e aperfeiçoada e não merece ser atacada de modo leviano e sem base em qualquer evidência científica.
Assinam: José Gomes Temporão, ex-ministro da saúde e Membro Titular da Academia Nacional de Medicina e José Agenor Alvares da Silva, ex-ministro da saúde.

Fonte: José Gomes Temporão

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Planos de Saude Popular – Bons prá quem?

A quem interessa a regulamentação dos planos de saúdes populares?

Em março deste ano, a Federação Médica Brasileira (FMB) posicionou-se contrária e criticou duramente a proposta de criação do plano de saúde popular encaminhada pelo Ministério da Saúde à Agência Nacional de Saúde(ANS).

Seis meses depois, a ANS aprova a comercialização de tais planos alegando que esse tipo de prática existe no mercado, tratando como comum essa relação entre planos de saúde e consumidor.  

Para a FMB, essa sinalização rasa da ANS gera várias indagações, entre elas, o questionamento da existência da Agência Reguladora, que acata a comercialização de um produto que desregulamenta o setor, que parece atender aos interesses das operadoras e levanta suspeitas sobre a contribuição para a promoção política do atual titular do Ministério da Saúde.

A FMB reforça que essa medida não beneficia o SUS, que continuará sendo o desaguadouro natural de pacientes para exames de alta complexidade, internações, atendimento em urgência e emergência e hospital dia, tendo em vista que os planos populares são somente para a atenção básica, em um flagrante “bate-carteira” do consumidor.

Para os médicos, a remuneração continuará sendo inadequada, certamente muitos se descredenciarão e os que permanecerem, conviverão com o pagamento de valores diferentes pelo mesmo procedimento em comparação aos planos já habilitados.

Permanecemos firmes na nossa postura de rever com urgência o financiamento do SUS e a adoção de políticas de valorização dos profissionais da saúde – como a criação da carreira de Estado para os médicos e equipe de saúde, como formas de garantir ao cidadão brasileiro o direito ao acesso integral, universal a serviços.

A Federação Médica Brasileira mantém sua posição contrária e absolutamente crítica à proposta, e cobra da Agência Nacional de Saúde um posicionamento firme e claro sobre os motivos que levaram a aprovar essa situação de risco para os cidadãos brasileiros e profissionais médicos.

21 de setembro de 2017.

Federação Médica Brasileira – FMB

Fonte: FMB

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O Centro de Estudos Brasileiros de Saúde (Cebes) divulgou nota sobre coletiva de imprensa realizada no Ministério da Saúde desconsiderando o processo da consulta pública sobre a revisão da Política Nacional de Atenção Básica – PNAB. Leia a nota abaixo e acesse aqui a versão original. 

Ricardo Barros, o Ministro da Saúde deste governo ilegítimo, apresentou hoje (10/08/17) à imprensa quais serão as mudanças que serão realizadas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) enquanto a consulta pública sobre a mesma segue aberta para contribuições da sociedade.

A consulta está aberta até a meia noite do dia 10 de hoje e já conta, até o momento, com quase 6 mil contribuições. Além disso, debate presencial realizado pelo Conselho Nacional de Saúde ontem na Fiocruz contou com mais de 2 mil presentes, demonstrando grande preocupação e interesse de entidades, trabalhadores e da população em geral sobre o tema.

Diversas entidades e conselhos se posicionaram com grande preocupação sobre os termos da revisão da PNAB (Política Nacional de Atenção Básica). Segundo compreensão desses atores, a proposta coloca em risco a existência dos Agentes Comunitários de Saúde e da Estratégia de Saúde da Família, só para citar dois exemplos.

Não foi a primeira vez que o processo de debate com a sociedade sobre a revisão da PNAB não ocorre de maneira adequada. A pactuação entre Ministério e Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão máximo de participação social do SUS, feita em Julho, era de que haveria debate sobre as propostas. No mesmo mês, foi anunciado que a reforma seria pactuada pela Comissão Intergestores Tripartite sem qualquer debate. Houve recuo e foi aberta consulta pública de 10 dias. O CNS não teve acesso ao texto proposto enquanto não foi aberta a consulta pública, embora solicitasse acesso desde 2016.

Agravando todo esse contexto, em explícito desrespeito à participação popular, que é um dos princípios do SUS, o Ministro chamou coletiva de imprensa para “apresentar as mudanças na PNAB” sem que o prazo final da consulta pública tivesse finalizado.

O CEBES vem a público repudiar esse desrespeito à população brasileira por parte de Ricardo Barros e exigir que seja aberto um diálogo verdadeiro com a sociedade, onde suas demandas sejam escutadas e atendidas. Também demandamos que sejam tornadas públicas todas as contribuições da consulta e a análise realizada pelo Ministério da Saúde; além da realização de reuniões do Conselho Nacional de Saúde para avaliação em plenário da minuta de revisão da PNAB, antes que as mudanças de fato ocorram. Em defesa da saúde e da democracia, exigimos mais transparência e participação social antes da reforma de uma política pública tão essencial ao povo brasileiro.

Fonte: ABRASCO 

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Agressão a profissionais de saúde  –  PL pode aumentar punições 

CAP discute projeto que busca mais punição para agressão de profissionais de saúde

Reunião da Comissão de Assuntos Políticos

A Comissão de Assuntos Políticos (CAP), integrada por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB) e que tem a participação do presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Waldir Araújo Cardoso, reuniu-se nesta quinta-feira (20/04) para discutir assuntos de interesse médico, entre eles o Projeto de Lei (PL nº 7269/2017) de autoria do Deputado Federal Sinval Malheiros. Este projeto pretende qualificar a conduta de agressão contra profissionais de saúde para tipificar de forma mais gravosa no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/1940).

Diante das pesquisas que mostram o aumento do número de casos de agressões contra médicos no exercício da profissão e os dados constantes na justificativa do projeto (confira abaixo), a CAP considerou o PL relevante e ele passa a integrar a agenda parlamentar das entidades, considerando que ao tipificar a agressão a médicos e demais profissionais de saúde com mais gravidade há possibilidade de coibir o delito e reduzir o número de casos.
“A agressão a médicos em seu ambiente de trabalho ou decorrente do exercício da profissão é uma das grandes preocupações atuais da Federação Médica Brasileira. As agressões acontecem majoritariamente com colegas médicas e temos que lutar para acabar com este abuso”, declara o presidente da FMB.
O PL 72169/2017 vai tramitar conjuntamente ao PL 6749/2016, de teor semelhante, e que se encontra na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aguardando a designação de relator. Assim que o relator for designado será procurado pela CAP para manifestar a posição das entidades médicas e pedir pela sua aprovação.
Agressões
Pesquisa realizada com médicos de São Paulo em 2016 mostram que:
47% tiveram conhecimento de episódios de violência com algum colega;
17% sofreram violência e tiveram conhecimento de agressões a colegas de profissão, sendo a maioria médicos jovens (78% de 24 a 34 anos) e mulheres (8%) mais que homens (3%);
5% relataram ter sido agredidos pessoalmente; desses, 20% sofreram agressão física; em 70% desses casos a agressão foi por praticada pelo paciente;
84% dos que sofreram agressão alegam terem sido atacados verbalmente, 80% sofreram agressão psicológica;
60% alegam que os problemas geralmente acontecem durante a consulta;
32% dos médicos relataram que episódios de violência acontecem sempre ou quase sempre;
85% dos profissionais têm a percepção de que os episódios ocorram mais no SUS.
Fonte: FMB 

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Dória venceu

*Jorge Teixeira 

Dr. Jorge Teixeira


Doria venceu. O ônibus não precisa de “trocador”, o motorista é forte e eficiente. É um nego duro na queda. Não é preciso Exame Médico Ocupacional. A “seleção ” ?  Vai ser pela arcada dentária. 

Há barulho estridente por toda Paulista, são as correntes, são os escravos. Doria venceu.Contrariou Getúlio Dorneles Vargas. 

“O povo de quem fui escravo, não será mais escravo de ninguém “. Não, não é verdade.
Doria venceu. 

O baile da Corte Real inflama e engalana. A Sinhazinha Marcelinha lá vêm de braço dado com o “feitor”. Ninguém vai “temer” mais nada. Vão terceirizar o amor e o ódio é plantado por todas as terras de São Paulo. 
Doria venceu. 

O nego pedi licença pra falar. O nego não pode mais trabalhar. Pois, quando nego chegou por aqui, era mais vivo e ligeiro que um saci. 

Mas esse tempo passou e essa terra secou. A velhice chegou e  o  brinquedo quebrou. 

Senhor, nego véio tem pena de ter se acabado 

Senhor, nego véio carrega este corpo cansado. 

Mas Doria venceu. 
Trabalha

Trabalha

Trabalha, nego. 
Trabalha

Trabalha

Trabalha, nego. 

 

E depois ? 

Vai ganhar um FGTS no juízo final e diploma de bem comportado. Você merece. Você merece. Tudo vai bem. Tudo legal.

* Jorge Teixeira 

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Criança não namora, nem de brincadeira 

CRIANÇA NÃO NAMORA (E PONTO FINAL)


O título deste texto deveria falar por si só − não deveria precisar de explicações, provocações ou justificativas −, mas, infelizmente, precisa.
Sabe por quê? Porque muitas pessoas acham bonitinho e engraçadinho a criança de 3 anos que chega da escola dizendo que o(a) fulano(a) é seu/sua namorado(a). E o pior: adultos, familiares e até professores reforçam a situação, perguntando, instigando e estimulando a criança no dito “namoro” ou achando bacana o(a) filho(a) ter 5 namoradas(os).
Criança não namora! Criança brinca! Então, você pode estar pensando: “Mas os pequenos brincam de namorar, assim como brincam de casinha e não veem maldade em trocar carícias, presentes e ‘fingir‘ que namoram”.
As crianças podem não ter maldade, pois estão descobrindo o mundo, o outro, os limites. Agora, a situação é problemática quando o pai, a mãe, o avô ou qualquer outro adulto de referência, incentiva e valoriza um comportamento inadequado, pois, provavelmente, a criança o repetirá na tentativa de conseguir a aprovação e a atenção desse adulto.
Por essa razão, cabe a nós, adultos, ajudarmos as crianças a compreenderem o que é próprio para elas e o que não é. É nosso papel colocar LIMITES entre o universo adulto e o infantil e ensinar às crianças que existem coisas que só adultos podem fazer.
Adultos namoram, crianças não; adultos consomem bebida alcoólica, crianças não; adultos trabalham, crianças não (não deveriam); adultos escolhem o que assistem na TV, crianças não; adultos podem dormir no horário escolhido, crianças não. Esses são exemplos básicos de diferenças entre os limites da infância e do mundo adulto.
E mais: não é saudável a criança “brincar de namorar”. Sabe por quê? Porque ela está pulando fases, está direcionando a curiosidade para o corpo do outro, quando essa curiosidade deveria estar em seu próprio corpo e na descoberta do mundo que a cerca.
Quando reforçamos essa situação, perguntando como está o(a) namoradinho(a) de nossa(o) filha(o) ou incentivando a criança a beijar o(a) coleguinha, estamos incitando a erotização infantil e tratando nossas crianças como adultos em miniatura.
Por isso, quando uma criança nos relatar que o(a) fulano(a) é seu/sua namorado(a) é nosso papel não instigar, não incentivar e, ainda, ensinar: CRIANÇA NÃO NAMORA.
Podemos ir além e ampliar o nosso papel para a desconstrução da erotização infantil, vestindo nossas crianças como crianças; cuidando com o que elas ouvem e assistem; não reforçando situações de gênero; determinando os limites da infância (crianças não deveriam colocar piercing, usar salto alto, ter acesso a pornografia, etc.)
Criança tem que ser criança e, para garantir que isso aconteça, nós, adultos, precisamos desacelerar e resguardar a infância. Fica o meu convite!
Aline Pinto

Fonte: bbcria

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Visita FMB ao Ives Gandra TST

Casemiro Reis Júnior, Ives Gandra Martins, José Erivalder Guimarães e Waldir Cardoso

O presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Waldir Araújo Cardoso, esteve reunido com o presidente do Tribunal Superior de Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, em Brasília, para discutir situações e problemas graves que envolvem o trabalho médico em todo o país.

Acompanhado do secretário de Finanças, José Erivalder Guimarães de Oliveira, do secretário de Assuntos Jurídicos, Casemiro Reis Júnior e do assessor jurídico da entidade, Gáudio de Paula, o presidente da FMB detalhou algumas questões relacionadas ao vínculo do médico no serviço público.

“O ministro ouviu com atenção nosso relato sobre o trabalho árduo para combater a precarização do trabalho médico. Recebemos rotineiramente denúncias de pejotização da atividade médica, de criação de falsas cooperativas médicas, remunerações aviltantes, de cumprimento de jornadas de trabalho extensas e muitas vezes sem condições e sem remuneração no final do período, e os contratos de boca, que não dão garantia alguma ao médico. Estas situações provocam alta rotatividade de profissionais no serviço público, principalmente nos municípios, e causam não só problemas para a carreira dos profissionais, mas geram mais entraves para o bom encaminhamento do sistema de saúde”, destaca Waldir.

Ives Gandra informou aos dirigentes médicos que tem conhecimento das relações de trabalho que contrariam as leis vigentes e se colocou à disposição para contribuir. “O magistrado nos orientou a apresentar a ele sugestões que contribuam para equacionar o problema, assumindo o compromisso de entregá-las para o relator da reforma Trabalhista. Recomendou também que a FMB incentive os sindicatos de base a denunciarem as irregularidades no Ministério Público do Trabalho (MPT) para assim pressionar o órgão a olhar com mais atenção a essas questões”, acrescenta o presidente da FMB.

De acordo com Waldir Cardoso, a reunião fomentou a proposta da FMB de lutar pela regularização do trabalho médico em todo o país, assunto que será discutido por ocasião do Conselho Deliberativo da entidade que será realizado nos dias 16 e 17 deste mês. “Precisamos do apoio para lutar contra os abusos nos contratos de trabalho praticados contra os médicos e também, com esse tipo de orientação, melhoraremos o foco de nossa atuação. Ao trabalho que há muito o que fazer em todas as nossas bases de atuação”, conclui o presidente.

Fonte: FMB

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A voz dela é também a minha voz!
8 DE MARÇO DE 2017
DIA INTERNACIONAL DA MULHER!
Celebremos as mulheres que nos inspiram todos os dias!

Her voice is also my voice!
MARCH 8, 2017
INTERNATIONAL WOMEN'S DAY!
Let's celebrate the women who inspire us every day!

Su voz es también mi voz!
8 DE MARZO 2017
¡DIA INTERNACIONAL DE LA MUJER!
Celebramos las mujeres que nos inspiran todos los días!

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